segunda-feira, 2 de maio de 2011

Ser Sublime


Muitas vezes me peguei a conjecturar, que nome dar-se à mulher que traz ao mundo uma outra vida e é um poço inesgotável de renúncia, na maioria das vezes, essas reflexões me deixaram abismado em face de eu não me contentar com todas as possibilidades que me ocorriam.
Todas elas não expressavam de forma alguma a magnitude desse ser e, nem lhe fazia justiça ante o denodo e carinho, ante a renúncia e o amor dedicado a esses entes pequeninos.
Tentei chama-la de mulher amiga, mas vi que só isso não bastava, pois além dela ser amiga é também genuinamente companheira e leal.
Em outra ocasião, ocorreu-me o nome: fada, contudo de pronto entendi que ela encerra bem mais que uma simples alusão mitológica.
De outra vez tentei chamar-lhe rainha, mas esbarrei na possibilidade de que é um título bastante efêmero, pois a sua conduta e a ação do seu amor já mais passará, ela é autenticamente insubstituível e, estará sempre coroada no trono que Deus lhe ortogou, com belíssima missão.
A cisma tomou conta das minhas proposições e, certo dia eu pretendi chama-la amor, mas entendi de pronto que ela transcende esse sentimento, pois ela é o próprio amor em pessoa, evidenciando luzes luminíferas de bondade e altruísmo por onde passa.
Eu estava preso dentro do labirinto que criara e, por um momento pensei em sair deste marasmo e tendo achado o fio da meada ao entender que ela era bondade, mas algo me chamou á razão denunciando como precária é essa palavra para exprimir um ser tão angelical de tão fina doçura nos gestos e na forma de agir e, concluí de pronto que realmente ela é bondosa e tudo o que já foi adjetivado anteriormente, porém ficava ainda uma lacuna, que tive a pretensão de preencher ao aludir a possibilidade de chama-la deusa, sim e ela o é, contudo tal adjetivo ainda não lhe faz justiça plena, ainda não define esse ser com toda plenitude, ainda não espargi os perfumes oriundos da sua ação com clareza, os deuses são inúmeros e ela é única.
Obtemperei comigo mesmo, num monólogo oportuno e pensei ter achado a chave do meu enigma ao pretender dizer: caridade, contudo qual ser não abrange no seu seio tão grande desambição senão ela, que é caridosa por excelência, que oferece o seu leite sem regatear um único instante, sem se opor a qualquer solicitação de carinho e abrindo sempre os braços para acolher o filho amado, a cobrir-lhe de mimos e proteção não se preocupa com as formas exteriores.
Num lampejo, acreditei ser ela a misericórdia e, chorei de emoção, ao entender que do seu âmago dissemina toda compaixão de que o mundo carece e, que por si só esse nome não lhe bastava, deveria haver um nome mais transcendental, muito mais contemplativo que pudesse realmente espelhar todo esse manancial de amor-renúncia, de amor-piedade, amor-bondade e, fechei-me dentro de mim mesmo observando-lhe a face angelical, a finura, o encantamento, não olvidou jamais o discernimento que lhe é peculiar e, entendi que tudo isso reunido ainda era pouco para expressar alguém tão fantástica, tão amiga, tão superior, tão comprometida com as causas inerentes ao ser humano, a semear por onde passa as rotas luminíferas de amor fraterno, com sublime elevação moral, com distinta distinção.
Invectivei todo pensamento que não lhe enaltecesse, que não lhe fizesse justiça, que não fosse salutar, que não propusesse as justas homenagens a essa guerreira, felinas quando necessário a defender sua prole de forma decidida.
A tirar o pão da própria boca, se preciso for ao intuito de alimentar o ente querido, e, quantas noites perdidas em vigília embalando o seu sono, ficando aflita quando algo vai mal, quando ele adoece, quando as notas na escola não ratificam o perfil de aluno que ela acredita ser seu filho e, põe a mão no fogo por ele, briga com qualquer um no afã de protegê-lo, mima-o às vezes além da conta e debulha-se em lágrimas também de contentamento.
Que nome dar-se a essa criatura superior, maravilhosa, sendo-lhe honesta, festejando a mulher abnegada, na figura desse ser que às vezes também fica com o peso de outras obrigações, anjo?
Ainda assim não seria plenamente exato, mesmo sendo ela um anjo do céu que veio a terra para tornar as coisas por aqui mais suaves, contudo faltaria algo que realmente expressa-se esse estágio de amor-comprometimento, de amor-ternura.
E certa noite, vendo a mulher desvelar-se, como de costume, para que tudo ocorre-se a contento, para que nada faltas-se, nem de material nem de amor-construção no seu abençoado lar, esquecendo-se de si mesma e, ao ver seu rosto santificado coberto pelo pranto, pela emoção e, de seus olhos fulgurarem duas estrelas de raríssima beleza, a chamei, MÃE!

Por: Albérico Carvalho 
Feliz dia das mães para todas as mães, e as mães "São Salvador".

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